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| Créditos: Reprodução/X |
Trump Chega à Malásia e Inicia Viagem Histórica pela Ásia: Foco em Comércio, Paz e Contra-China
O presidente Donald J. Trump pousou em Kuala Lumpur neste domingo à tarde, marcando o início de sua ambiciosa viagem de cinco dias pela Ásia que promete redefinir alianças econômicas e de segurança em um Pacífico cada vez mais disputado. Acometido por uma delegação de alto nível que inclui o secretário de Estado Mike Pompeo e o conselheiro comercial Peter Navarro, Trump desceu da escadinha do Air Force One sob aplausos contidos de uma multidão mista de diplomatas malaios e expatriados americanos, acenando com o punho cerrado enquanto bandeiras dos EUA e da Malásia tremulavam ao vento úmido do Sudeste Asiático. Essa chegada, precedida por uma escala relâmpago no Catar para reforçar a mediação em Gaza, sinaliza a volta de Trump ao palco global com a mesma energia incansável que o levou de volta à Casa Branca: negociações duras, elogios pessoais e uma agenda "América Primeiro" que não tolera concessões.
O itinerário de Trump – Kuala Lumpur, Singapura, Hanói e Pequim – é ambicionado como histórico por sua ousadia: ele busca fechar um "megapacote" de US$ 500 bilhões em investimentos asiáticos, com ênfase em semicondutores e energia renovável, enquanto pressiona por alinhamentos contra o que chama de "agressão chinesa" no Mar do Sul da China. Na Malásia, anfitriã da cúpula da ASEAN, Trump deve se reunir com o premiê Anwar Ibrahim para discutir tarifas recíprocas em eletrônicos – a Malásia exporta US$ 20 bilhões anuais aos EUA – e cooperação em inteligência cibernética, um aceno a preocupações compartilhadas com hacks atribuídos a Pequim. Autoridades malaias, que veem na visita uma oportunidade para equilibrar laços com Washington e Beijing, prepararam um banquete no Palácio Istana Negara com pratos como rendang e satay, mas o verdadeiro menu é geopolítico: Trump prometeu "acordos massivos" que poderiam isentar a Malásia de tarifas de 10% em têxteis, em troca de boicotes a componentes Huawei.
Essa turnê não é mera viagem de estado: ela testa a resilição da doutrina Trump em um mundo pós-pandemia, onde a China investe US$ 1 trilhão na Iniciativa Cinturão e Rota, engolfando nações como a Malásia em dívidas. Após elogiar o emir Tamim como "um dos grandes governantes" em Doha, Trump deve estender cortejos semelhantes a líderes asiáticos, mas com uma linha dura subjacente: sanções secundárias contra empresas que lidem com o Irã ou a Coreia do Norte, e uma proposta para um "Pacto do Pacífico Livre" que exclua Beijing. Críticos, como o think tank CSIS, alertam que a abordagem pode isolar aliados moderados, mas apoiadores na Casa Branca veem nela o antídoto para o "fracasso de Biden" em 2021, quando cúpulas semelhantes renderam pouco além de fotos.
Enquanto o comboio presidencial serpenteia pelas ruas de Kuala Lumpur – com helicópteros Black Hawk sobrevoando o skyline de Petronas Towers –, Trump tuitou de seu iPhone: "Malásia, estamos de volta! Vamos fazer negócios incríveis e manter a paz. 🇺🇸🇲🇾 #AmericaFirst". Para uma região que representa 60% do PIB global em 2050, essa chegada não é só um pouso: é o pontapé para uma dança diplomática onde cada passo pode custar ou render fortunas. Com o sol se pondo sobre o Estreito de Malaca, o mundo assiste se Trump sai da Ásia com troféus ou tensões renovadas.
