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Sudão Hoje: Cozinhas em Colapso e Guerra Sem Fim 2025

Relatório alerta colapso de cozinhas comunitárias no Sudão, em meio a fome confirmada e guerra SAF-RSF. Atualização completa da crise humanitária.

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Imagem gerada por Grok AI

Sudão à Beira do Abismo: Cozinhas Comunitárias em Colapso e Guerra Sem Fim Ameaçam Milhões em 2025

No coração do Sudão, onde a guerra civil devora o tecido social há mais de dois anos, as cozinhas comunitárias conhecidas como "takaayas" – que distribuem refeições quentes para famílias famintas em áreas inacessíveis a ajuda internacional – estão à beira do colapso total, alertam relatórios recentes da ONU e de ONGs como a Islamic Relief. Essas iniciativas locais, que salvam vidas em meio à fome histórica, enfrentam o fechamento iminente por falta de financiamento, agravando uma crise humanitária que já deixa 24,6 milhões de pessoas em insegurança alimentar aguda – metade da população do país. Enquanto o mundo foca em outros conflitos, o Sudão sangra em silêncio: combates intensos entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF) ceifaram mais de 150 mil vidas desde abril de 2023, deslocaram 14 milhões e confirmaram fome catastrófica em Darfur e Kordofan, com 375 mil em risco de morte iminente por desnutrição.


As takaayas, operadas por voluntários em bairros sitiados de Cartum e Genebra, distribuem até 1,2 milhão de refeições diárias em Gaza – espere, não: no Sudão, onde o caos da guerra bloqueia caminhões de ajuda, essas cozinhas preparam mingaus de sorgo e lentilhas para crianças cujos pais foram mortos ou fugiram. Um novo relatório da Islamic Relief, intitulado "Takaaya: Soluções Locais para a Crise de Fome no Sudão", revela que 83% das famílias dependem delas, mas o corte de fundos internacionais – agravado pela seca e inflação de 300% – pode encerrar operações em semanas. "Essas cozinhas não são só comida; são o que resta de dignidade em um país destruído", diz Aisha Mohammed, coordenadora de uma takaaya em Omdurman, à BBC, onde mães como ela veem filhos inchados pela fome após a perda de colheitas em campos minados. A Action Against Hunger confirma: mais de 21 milhões enfrentam níveis críticos de insegurança alimentar, com o Integrated Food Security Phase Classification (IPC) declarando fome oficial em partes de Darfur, onde o RSF controla minas de ouro que financiam a carnificina.


A guerra, que eclodiu em abril de 2023 como rivalidade entre o general Abdel Fattah al-Burhan (SAF) e Mohamed Hamdan Dagalo "Hemedti" (RSF), transformou o Sudão em um caldeirão de atrocidades: estupros em massa, bombardeios aéreos e cercos que isolam cidades como El Fasher, capturada pelo RSF em 26 de outubro após um cerco de 18 meses que matou milhares. Em novembro, os combates se intensificaram em Cartum, com a SAF retomando Omdurman em janeiro, mas o RSF contra-atacando em Kordofan, onde ataques a civis forçam fugas para o Chade e o Egito. O custo humano é devastador: 150 mil mortos, 10 milhões de crianças desnutridas e um risco de genocídio em Darfur, ecoando os horrores de 2003, alertam analistas do ISS Africa. No X, vozes como a de ativistas sudaneses clamam: "Como você se sentiria se fosse seu filho?", com vídeos de crianças esqueléticas viralizando sob #Sudan_War_Updates, enquanto o mundo ignora.


A mediação internacional patina: um roadmap de setembro, impulsionado pelos EUA, levou o RSF a aceitar uma trégua proposta por um grupo mediador, mas a SAF resiste, acusando violações. Potências estrangeiras alimentam o fogo – Emirados Árabes financiam o RSF via ouro, Rússia apoia a SAF com Wagner remanescentes –, enquanto a ONU clama por acesso humanitário bloqueado por ambos os lados. O primeiro-ministro sudanês em exílio, Abdalla Hamdok, exige que o RSF seja rotulado como "grupo terrorista", citando massacres em Genebra. No Parlamento Europeu, relatórios destacam o "fracasso da mediação" e o custo geopolítico: o Sudão, rico em urânio e Nilo Azul, vira peão em uma nova Guerra Fria africana.


Para o futuro, o colapso das takaayas pode desencadear uma fome que rivaliza com a de 1984, que matou 250 mil. A ONU pede US$ 4,2 bilhões em ajuda, mas só 40% foram prometidos. Vozes no X, como a de Tahir Ali MP, cobram: "O Sudão enfrenta a pior crise humanitária do mundo – onde está o fim da matança?".l Em um país onde 80% da população é muçulmana e a diversidade étnica ferve, a guerra ameaça outro genocídio darfuriano, como alerta a Anistia Internacional. O silêncio global custa caro: sem intervenção urgente, o Sudão não será só uma nota de rodapé – será uma lição de como nações morrem de indiferença.

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