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Créditos: FP |
Trump Autoriza Operações Secretas da CIA na Venezuela: Escalada de Tensões Pode Levar a Ataques Terrestres Contra Maduro
O presidente Donald Trump confirmou a autorização de operações secretas da CIA na Venezuela, uma medida que intensifica a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro e sinaliza uma guinada agressiva na política externa americana em relação à América Latina. Anunciada em 15 de outubro, a decisão surge no contexto de uma "guerra às drogas" que já incluiu bombardeios a barcos suspeitos no Caribe, mas que agora ameaça se expandir para ações terrestres dentro do território venezuelano soberano. Autoridades americanas, citadas por fontes de inteligência, descrevem as operações da CIA como "covert action" sem limitações explícitas, o que abre portas para táticas que vão de coleta de inteligência a interferências diretas no governo de Maduro, ecoando as intervenções da era Trump de 2017-2021, mas com ferramentas mais afiadas após sua reeleição.
Essa escalada não é isolada: nos últimos dias, os Estados Unidos realizaram novos ataques aéreos contra embarcações ligadas ao narcotráfico no Caribe, com o Pentágono confirmando uma operação em 16 de outubro que destruiu um barco de alta velocidade a 200 milhas náuticas da costa da Venezuela. Trump, em declaração da Casa Branca, vinculou essas ações diretamente ao regime de Maduro, acusando-o de "facilitar o fluxo de drogas para as ruas americanas" e de abrigar grupos como as FARC dissidentes. A resposta de Caracas foi imediata e desafiadora: Maduro denunciou as manobras como "tentativa de mudança de regime" e mobilizou forças armadas para as fronteiras, enquanto aliados como Rússia e China condenam a interferência como violação do direito internacional. Analistas da Brookings Institution alertam que essa retórica pode precipitar uma crise humanitária, agravando a migração de venezuelanos – já superior a 7 milhões desde 2015 – e instabilizando mercados de petróleo, onde a PDVSA opera sob sanções renovadas por Trump.
O timing é calculado: com o Congresso americano dividido, Trump usa a autorização executiva para contornar debates legislativos, similar à sua abordagem com o Irã em 2020. Mas o anúncio coincidiu com a renúncia chocante de um almirante da Marinha dos EUA, que citou "preocupações éticas" com a expansão das operações no Caribe, adicionando camadas de controvérsia interna. Para a Venezuela, atolada em hiperinflação e escassez, as ameaças representam um risco existencial: sanções reimpostas em fevereiro bloquearam US$ 7 bilhões em ativos, e agora, com a CIA no tabuleiro, opositores internos como María Corina Machado veem uma janela para pressão popular, embora temam um backlash repressivo de Maduro. No hemisfério, líderes como Lula no Brasil e Petro na Colômbia monitoram de perto, temendo um efeito dominó que poderia reacender conflitos fronteiriços e desestabilizar o Mercosul.
Essa política de confronto direto reforça o "América Primeiro" de Trump, priorizando segurança fronteiriça sobre diplomacia multilateral, mas ignora lições de intervenções passadas que custaram bilhões e vidas sem derrubar regimes entrincheirados. Com o G20 no horizonte e eleições regionais em novembro, a Venezuela se torna o termômetro de uma presidência que não hesita em dobrar apostas. A bola agora está com Maduro – e o mundo assiste se isso termina em negociações ou confronto aberto.