
O Plano de Paz de Biden para Gaza: Raiz do Acordo Histórico Mediado por Trump
Em um raro momento de bipartidarismo na política externa americana, o ex-presidente Joe Biden emergiu das sombras para elogiar o atual presidente Donald Trump pelo acordo de cessar-fogo em Gaza, alcançado nesta semana. Mas não se engane: por trás do anúncio bombástico de Trump, está o esqueleto de um plano de paz escrito por Biden durante seu mandato, que o republicano adaptou e implementou. Não é generosidade gratuita – é um reconhecimento forçado de que, sem a base democrata, o "gênio negociador" de Trump teria tropeçado em suas próprias bravatas. Vamos aos fatos, sem rodeios: esse acordo, assinado em 8 de outubro de 2025 entre Israel e Hamas, libera todos os reféns vivos em Gaza e pavimenta um pós-guerra frágil, mas é o legado de Biden que segura as pontas.
A Origem do Framework Democrata
Tudo começou com o que o secretário de Estado de Biden, Antony Blinken, chamou de "framework" desenvolvido pela administração democrata. Em declarações recentes, Blinken foi direto: o plano pós-guerra para Gaza – que inclui administração temporária, reconstrução e desarmamento do Hamas – foi esboçado nos últimos meses de Biden no poder, com foco em desafios reais como a governança palestina e a segurança israelense. Trump, em seu post nas redes sociais, gabou-se de ser o arquiteto, mas ignorou que sua "fase um" do plano de paz ecoa exatamente essas diretrizes. Críticos, como analistas conservadores, rotularam Blinken de "delirante" por creditar Biden, mas os documentos vazados e briefings oficiais confirmam: sem o rascunho de Biden, não haveria tinta para assinar. É a inveja política em ação – Trump colhe os louros, mas o solo foi preparado por outro.
Detalhes do Acordo e o Papel de Biden
O acordo em si é um marco, mas não uma panaceia. Em 3 de outubro, Hamas aceitou liberar reféns remanescentes e ceder a administração de Gaza a uma força neutra, mediada pelos EUA. Israel, por sua vez, comprometeu-se a suspender operações ofensivas e iniciar trocas de prisioneiros palestinos. Mediadores árabes e europeus selaram o pacto em 13 de outubro, com Trump ao centro do palco. Biden, em uma declaração rara de apoio, destacou o "trabalho árduo" de Trump, mas sem papas na língua: "É um renovado cessar-fogo que constrói sobre esforços anteriores". Traduzindo: sem meu plano, você estaria perdido. Democratas, em um malabarismo verbal, elogiam o "acordo de paz" sem mencionar Trump diretamente, focando no alívio humanitário – liberação de reféns e pausa no banho de sangue que já ceifou milhares.
A Realpolitik e os Riscos Futuros
Mas vamos à realpolitik, sem ilusões. Esse plano de Biden-Trump não resolve o Oriente Médio; ele apenas adia o inevitável. Gaza permanece um barril de pólvora: quem gerencia a reconstrução? O Hamas se desarma de verdade, ou é só teatro? Israel aceita uma Palestina viável, ou continua engolindo terras? Analistas do Brookings alertam que o acordo abre portas para estabilidade regional, mas só se implementado "com olhos bem abertos" para os riscos – corrupção em agências de ajuda, retaliações de extremistas e a teimosia de Netanyahu. Para Moçambique e África, isso ecoa lições amargas: pazes mediadas por superpotências raramente duram sem raízes locais. Biden, com sua pena diplomática, plantou a semente; Trump a regou com tweets. Mas se murchar, a culpa será coletiva.
Hipocrisia Política e o Legado Americano
Democratas evitam os dois nomes tabus – "Donald Trump" – em seus elogios, optando por "progresso bipartidário". É hipocrisia pura: eles sabem que Biden escreveu o blueprint, mas fingem que foi mágica americana. Trump, por outro lado, usa o acordo como munição eleitoral, prometendo "paz maior" no Oriente Médio. Biden, aposentado mas atento, surge como o estadista que Trump nunca foi – calmo, estratégico, sem o circo. Sem rodeios: esse plano expõe o melhor e o pior da América. Biden prova que diplomacia não é show; Trump lembra que, sem base sólida, é só fumaça.
Conclusão: Um Alicerce Frágil
Em suma, o plano de paz escrito por Biden não é só uma nota de rodapé; é o alicerce de um cessar-fogo que pode, quiçá, silenciar canhões em Gaza. Mas durará? Só o tempo dirá. Por ora, aplausos relutantes a ambos – e um alerta: sem compromisso genuíno, voltamos ao caos. A história, como sempre, julgará sem piedade.