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Créditos: AWSQueda da AWS no Leste dos EUA Paralisa a Internet: Snapchat, Roblox e Canva Entre as Vítimas de um Data Center em Colapso |
A internet global acordou nesta segunda-feira com um rombo colossal: a Amazon Web Services, espinha dorsal de mais de um terço da web, sofreu uma interrupção massiva em sua região US East (N. Virginia), o data center mais crítico do mundo, deixando milhões de usuários no escuro. O problema, que explodiu por volta da meia-noite no horário do Pacífico – 3h da manhã no Leste dos EUA –, manifestou-se como "taxas de erro elevadas" em servidores principais, segundo o comunicado oficial da AWS. Em poucas horas, o caos se espalhou: Snapchat parou de carregar stories, Roblox congelou mundos virtuais inteiros, Canva travou edições em massa e até a Alexa, assistente onipresente da Amazon, fingiu surdez para comandos básicos. Não é falha no seu roteador – é o coração da nuvem tropeçando nos próprios cabos, expondo a fragilidade de uma infraestrutura onde uma única falha pode derrubar impérios digitais.
A AWS, que hospeda desde Netflix até governos federais, identificou o epicentro na região de maior tráfego, responsável por 60% das operações críticas nos EUA. Relatos de usuários inundaram o DownDetector com picos de 6,5 milhões de queixas globais, afetando não só apps de entretenimento, mas ecossistemas inteiros: Fortnite bloqueou logins, Duolingo silenciou lições, Signal falhou em mensagens criptografadas e até o Wordle, jogo diário de milhões, recusou-se a inicializar. Bancos como Lloyds no Reino Unido viram transações online congelarem, enquanto serviços de delivery como Starbucks enfrentaram carrinhos abandonados e pagamentos rejeitados. A Ring, câmera de segurança da Amazon, permaneceu offline para usuários nos EUA e Reino Unido, transformando casas inteligentes em tijolos mudos. Essa cascata de falhas, que começou como um erro de latência e escalou para indisponibilidade total, custa milhões por hora em perdas de receita – estimativas iniciais da Reuters apontam para US$ 100 milhões só no e-commerce afetado. A recuperação é parcial e tortuosa: a AWS declarou o problema "totalmente mitigado" em atualizações às 7h30 PDT, mas serviços como Reddit e Snapchat relataram recaídas, com picos de lentidão persistindo até o meio-dia ET. O que causou isso? A empresa citou "uma falha de rede interna" no US East-1, sem detalhes sobre se foi um bug de software, sobrecarga de tráfego ou falha de hardware – respostas vagas que alimentam ceticismo em um setor já marcado por blackouts como o de 2021, que paralisou a Capital One. Analistas da CNBC alertam que, se o downtime ultrapassar 12 horas, os mercados financeiros podem contrair, com ações de tech como Amazon caindo 2-3% em pré-abertura, e reguladores nos EUA e Europa invocando a "D" de descentralização: chamadas por leis antimonopólio que obriguem diversificação de nuvens, reduzindo a dependência de gigantes como AWS, Azure e Google Cloud. Essa interrupção não é mero contratempo técnico; é um lembrete brutal de que a internet moderna é um castelo de cartas construído sobre poucos pilares. Com o mundo cada vez mais dependente de serviços em nuvem – de telemedicina a negociações de Wall Street –, um tropeço na AWS transforma rotinas em pesadelos, expondo vulnerabilidades que vão de privacidade a segurança nacional. Enquanto engenheiros da Amazon correm para restaurar a estabilidade, a pergunta ecoa: quanto tempo até o próximo colapso, e quem ainda aposta tudo no céu quando o chão parece mais firme? Fique atento às atualizações da AWS – por enquanto, a web respira aliviada, mas com cicatrizes frescas. |